O Médico e o Monstro

Sempre me disseram que eu tenho cara de muito mais novo. E eu sempre respondo com um sorriso que "tenho um retrato meu no armário envelhecendo por mim." O que as pessoas não sabem é que quando menino, sempre foi possível ver marcas de dor, a expressão de agonia de um adulto no rosto de uma criança.Vez ou outra, um adulto mais sensível perguntava: "Porque tanta dor?"

Muita gente me acha um cara sensível. Agora me perguntam porquê sou tão humano. É a minha busca pela humanidade.

"Quem deve enfrentar monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhar demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de você."

Não foi isso que disse, meu caro Nietzsche, fiel companheiro, no seu Além do Bem e do Mal?

Não posso deixar que Mr. Hide controle Dr. Jekyll.

Sempre disse que somente em dois momentos sinto-me realmente vivo: Quando luto e quando faço amor. São momentos em que sou totalmente eu. Que sinto o universo, e nada mais importa. É a sensação do agora eterno. Sem controle... Serei realmente eu nestes momentos?

E eu que disse para mim mesmo que nunca iria me expor no blog... Eu continuo acreditando nas minhas mentiras.