Esse americano de origem judia levou os quadrinhos a um outro patamar. Muitos dizem que revolucionou as hqs, mostrou como hq pode ser literatura, melhor, arte e de muita qualidade.
“Maus” (rato em alemão) é a história sobre a luta de seu pai (Vladek) no holocausto, com flutuações de passado e presente, com ótimos recursos narrativos.
As personagens são representadas através de uma metáfora, na qual os judeus são ratos, poloneses são porcos e os americanos são cães (eu li em algum lugar que essa idéia foi desenvolvida a partir de uma afirmação de Hitler, em que dizia que os judeus eram ratos, mas já faz tempo e já não sei se minha memória me trai).
Há muita informação sobre o holocausto pesquisada exaustivamente pelo autor, uma obra feita com muito capricho e competência. Levanta diversas questões como a criação artística, o estereótipo, angústia e problemas pessoais, a desumanização, a História, enfim as relações humanas.
Já presenciei muitas pessoas que possuiam preconceito com hq mudarem sua opinião após devorar uma leitura de "Maus".
Art Spiegelman já é reconhecido mundialmente, vencedor do prêmio Pulitzer, trabalhou como editor da revista “The new yorker” entre outros.
No Brasil “Maus” foi republicado completo em 2005 pela Companhia da Letras (numa ótima edição), e posteriormente outras duas obras suas: “À Sombra das Torres Ausentes” (seu relato sobre o 11 de setembro) e “Little Lit” (fábulas).
Um trabalho que vale a pena conhecer,ler e ter, uma verdadeira obra-prima.