Mundo ao Leo

Esse blog não é um diário. É um compartilhar de como vejo o mundo. É uma mensagem numa garrafa jogada ao mar, pronta para algum navegante pegar na rede. lsmsoares@gmail.com

terça-feira, outubro 24, 2006

Minha Avó Tem Razão

Hoje à noite passei na casa da minha mãe. Minha avó estava lá. Coincidência ou não, eu estava machucado. Tomei um soco no meio dos dentes durante o treino. Coisa leve, só que quem não está acostumada a ver uma boca inchada, sempre fica meio cabreira.

Minha avó começou a discussão:

-Você nunca vai parar de fazer essas coisas?

-Que coisas, vó?

-Essas coisas de destrambelhado, está sempre se machucando. Já não basta a perna quebrada há pouco.

(Quando eu comprei a minha moto eu pedi pra minha avó fazer uma capa do super-homem para usar na moto, eu realmente ia usar. E a minha avó sabia disso. Talvez por isso tenha se recusado a fazer a capa)

-A senhora não quis fazer a minha capa.

-Você é um destrambelhado, fica subindo em montanha... com essas lutas... Quando você vai crescer?

-Vó... Eu só quebrei a perna esquerda...(tempo) a mão esquerda...(tempo) o dedo da mão esquerda... o dedo do pé esquerdo... o nariz... e tenho os dois ombros estourados. (Todas em ocasiões diferentes, eu pensei)

Minha avó fez a característica cara de reprovação dela. Dessas que só as avós sabem fazer. Eu ri por dentro.

É... A velha tem razão. Eu vivo me quebrando, e não tinha me dado conta disso.

Mas a vida é mais gostosa assim.

Não é?


Foto: Harrison Ford em "Blade Runner".

sábado, outubro 21, 2006

Fotos da preparação do PAN

Foto do treinamento realizado pela Polícia Federal (COT) e pela Polícia Militar (BOPE). Realizado em 11/10/06 - Ponte Rio-Niterói.

Mais fotos em: www.fotolog.com/tatico

Vídeo do treinamento do grupo no YouTube: vídeo

segunda-feira, outubro 16, 2006

A Solidão Amiga

Por Rubem Alves

A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.

Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.

Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta./ E lastimava, ignorante, a falta./ Hoje não a lastimo./ Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./ E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/ que rio e danço e invento exclamações alegres,/ porque a ausência, essa ausência assimilada,/ ninguém a rouba mais de mim.!"

Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:

"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!

Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas.

Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes.

Ali as palavras e os tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."

E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."

Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.

E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."

Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.

O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...

A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.

Mas essa conversa não acabou: vou falar depois sobre os companheiros que fazem minha solidão feliz.

Para outras crônicas de Rubem Alves:
A Casa de Rubem Alves

domingo, outubro 15, 2006

Como evitar fraude bancária pela internet

(Retirado de um e-mail sobre segurança da informação)

"Uma pesquisa realizada recentemente demonstra que o Brasil é um dos países que mais recebem ataques de hackers, com o intuito de fraudar usuários da internet, principalmente aqueles que acessam com freqüência sites de bancos. Por isso, quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site:

1 - Minimize a página. Se o teclado virtual for minimizado também,está correto. Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata! Não tecle nada.

2 - Sempre que entrar no site do banco, digite sua senha ERRADA na primeira vez. Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada. Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal. Sites piratas não tem como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.

3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado, além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer. Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer,mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.

Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas evitarão que você seja vítima de fraude virtual."

Confira também este vídeo feito pelo Marcos Flávio sobre a segurança do teclado virtual:
O Mito do Teclado Virtual

sábado, outubro 14, 2006

Sorte do Dia (S.O.B.R.E.T.U.D.O.)

Minha dica do dia é o blog de uma amiga minha, Patricia Haddad: S.O.B.R.E.T.U.D.O.

Nele você vai encontrar:
Programas de rádios gratuitos na internet: AccuRadio
Quebra cabeças: JigZone
Programas de TV gratuitos na rede: ChooseandWatch
Além de notícias quentes que só uma jornalista antenada poderia dar.

domingo, outubro 08, 2006

31 anos e Solteiro

Já encontrei ex-namoradas na rua com seus filhos...

Impossível não parar para pensar na vida. A última, encontrei literalmente na rua com o filhinho. Fomos pra calçada. Fui educado e simpático como sempre. No meio da conversa perguntei quantos anos tinha o menino...7 anos.

Eu parei para pensar um pouco e me lembrei que fui namorado dela há +/- 8 anos. E reparei que o menino era muito parecido comigo quando criança.

Eu devo ter feito alguma cara, pois ela riu e me disse:

"Não, não é seu. Não se preocupe."

(Um bote foi jogado para mim em alto mar.)

Acho que eu ri de nervoso e ela se divertiu com isso. Fechamos a conversa com ela dizendo:

"E você, quando vai ter o seu? Ou acha que vai ficar pra semente?"

Eu disse: "Ainda quero treinar muito. É preciso prática pra fazer bem feito."


->Com meu amigos num barzinho:

Se você está sozinho seus amigos dizem que "você escolhe demais".

Se você começa a sair com muitas garotas: "Você está muito galinha! Não sei como você aguenta."

Aí eu explico minha teoria sobre a diferença entre um caçador e um agricultor. O homem solteiro é como um caçador, ao contrário do casado que é um agricultor (o resto da teoria é fácil concluir).

Se você começa a sair mais sério com uma garota, seus amigos dizem "você namora com qualquer uma".

Se é muito bonita:"Chata pra caramba! Que mulher metida."

Eu sempre respondo com algo do tipo "Tenho que manter a minha fama de mau."

Se não é modelo: "Nunca vi você com mulher mais feia, sou mais a sua última" (sempre a mais bonita é a última, claro)

Eu respondo algo do tipo: "Eu tenho a fome de um lobo."

Quero muito ter um filho, mas pra isso é bom estar casado com alguém que realmente goste de mim. Então eu penso: preciso casar...

Mas aí eu me lembro daquela velha música: "Você tem os seus problemas, eu tenho minha ex-mulher."

(Ufa! Escapei dessa.)


Vídeo request new friend:

Foto: Woody Allen em "Desconstruction Harry"

Segurança pro Micro

Uma amiga estava com problemas de segurança no envio de e-mail através do hotmail. Contactei um amigo expecialista em segurança da informação para dar uma força a ela, segue abaixo algumas dicas que ele escreveu para ela.


Por Ticiano Benetti
Engenheiro pela UNICAMP
Pós graduado pela FGV
Gerente de Segurança da Informação.

"Pelo que ele me falou, estão monitorando os emails que você manda através do hotmail. Como o hotmail é via web, você provavelmente está com um daqueles programinhas que monitoram a atividade web. É o mesmo o programa que os bandidos eletronicos usam para capturar as senhas de bancos das pessoas. Isso sai sempre no Jornal Nacional...

Seguem as minhas dicas:

1. Relaxe. Esse problema e comum e razoavelmente fácil de consertar.

2. Pare de usar internet-banking até ter certeza de que seu micro está limpinho

3.Atualize seu antivirus. Todos os antivirus tem uma opção de baixar atualizações da internet. Se você não tiver um antivirus, use o AVG que é, gratuito, muito bom e com suporte a atualização. Para baixar esse antivirus acesse: http://www.grisoft.cz/softw/70/filedir/inst/avg75f_425a812.exe

4. Faça um rastreamento completo do seu computador com o AVG e ele vai arrancar o programinha que esta te sacaneando.

5. Instale um outro tipo de software chamado ad-aware. Ele pode ser baixado aqui.

6. Rastreie o computador com o AD-AWARE tambem. Ele vai limpar outros lixos que podem estar te comprometendo.

Lembre-se: Isso é só corretivo. Para evitar que aconteca de novo no futuro faça o seguinte:

1. Somente clique em links ou icones de arquivos vindos de pessoas que você confie e que conhecam um pouco de informática. Muitos dos nossos amigos nos ferram por mera ignorancia...

2. Instale um tipo de programa chamado "personal firewall". O que eu recomendo é o ZONEALARM. Ele pode ser baixado acessando http://windowsupdate.microsoft.com/ com seu browser.

4. Atualize o windows, o antivirus e o ad-aware pelo menos 1 vez por mês. O ideal é 1 vez por semana.

Se vc tiver antivirus, firewall, anti-spyware (que e o ad-aware) e mantiver todos atualizados, vc pode ficar tranquila.

(...)

Ticiano"

Foto: Cena do filme "Magnólia" (recomendo).

sábado, outubro 07, 2006

Tutorial dos links

Segue abaixo as isntruções da minha amiga Patricia Haddad para colocar links no meu blog. Alguns devem estar se perguntando: "Mas você faz programas para equipamentos se falarem na internet em tempo real, como não sabe fazer isso?" Bom... Trabalho atualmente programando em Perl, em ambiente Linux. Isso não quer dizer que eu saiba HTML.



"Leo,

Vou colocar aqui os procedimentos para você colocar os links que te interessarem na coluna da esquerda do teu blog. A maior dificuldade era com o título “Liks”, pois os outros dois existentes (“Recent Posts” e “Archives”) não estão escritos; são imagens. Mas descobri que há uma imagem com a palavra “Links” armazenda no servidor do Blogger. Portanto, problema resolvido


1) Entre na administração do seu blog, clique em modelo e na janela onde está o código, procure pelas linhas a seguir, que não estão coladas na margem da esquerda, não; estão bem deslocadas para a direita:
2) Aconselho a colocar os links abaixo da parte dos posts recentes, mas antes do arquivo, pois o arquivo com o tempo vai se tornando uma lista enorme, que deixará seus links cada vez mais para baixo. Portanto, o código que colocarei no próximo item deverá ser colocado APÓS as linhas que se seguem:

3) Depois do código acima, entre o seguinte:

Na verdade, coloquei 3 links só de experiência. Substitua os endereços nos locais apropriados e também o nome que irá aparecer no blog. É importante deixar target="_blank" para que, ao clicar num link, abra-se outra janela. É legal que as pessoas continuem com a sua pagina aberta para continuarem lendo depois, mesmo que logo ao entrar cliquem em outro link.

(...)


Esses espaços entre a margem esquerda e o início das tags não influenciam em nada. São apenas para organizar a hierarquia delas. Eu costumo colocar tudo na esquerda mesmo..."

terça-feira, outubro 03, 2006

Bem acima da Amazônia, uma batida e um céu vazio

03/10/2006

Joe Sharkey
em São José dos Campos, Brasil

Era um vôo confortável, rotineiro.

Com o quebra-sol da janela fechado, eu estava descansando em meu assento de couro a bordo de um jato executivo de US$ 25 milhões, voando a mais de 11 mil metros acima da vasta floresta tropical Amazônica. Cada um dos sete a bordo do jato para 13 passageiros estava na sua.

Sem aviso, eu senti um solavanco e ouvi uma forte batida, seguida por um silêncio assustador, exceto pelo zunido dos motores.

E então vieram as três palavras que nunca esquecerei. "Fomos atingidos", disse Henry Yandle, um outro passageiro que estava em pé no corredor perto da cabine do jato Legacy 600 da Embraer.

"Atingidos? Pelo quê?" me perguntei. Eu levantei o quebra-sol. O céu estava claro; o sol baixo no céu. A floresta tropical parecia não acabar mais. Mas lá, na extremidade da asa, se encontrava uma aresta dentada, talvez de 30 centímetros de altura, onde uma winglet (ponta da asa) de 1,5 metro devia estar.

E assim começaram os mais angustiantes 30 minutos da minha vida. Me diriam várias vezes nos dias seguintes que ninguém jamais sobreviveu a uma colisão no ar. Eu tinha sorte de estar vivo - e apenas posteriormente é que tomaria conhecimento de que 155 pessoas, a bordo do Boeing 737 em um vôo doméstico que aparentemente se chocou conosco, não estavam.

Os investigadores ainda estão tentando descobrir o que aconteceu, e como - por algum milagre - nosso jato menor conseguiu se manter no ar enquanto o 737 que era mais longo, mais largo e três vezes mais pesado caiu do céu verticalmente.

Mas às 15h59 da tarde da última sexta-feira, tudo o que pude ver, tudo o que sabia, era que parte da asa tinha sido perdida. E estava claro que a situação piorava rapidamente. A borda da asa estava perdendo rebites e começando a se desfazer.

Surpreendentemente, ninguém entrou em pânico. Os pilotos calmamente começaram a estudar seus controles e mapas em busca de sinais de um aeroporto próximo ou, pela janela, um lugar para pousar.

Mas à medida que os minutos passavam, o avião continuava a perder velocidade. Àquela altura todos nós sabíamos que a situação era grave. Eu me perguntava quão dolorida seria uma aterissagem - um termo otimista para queda.

Eu pensei na minha família. Não havia sentido em tentar telefonar com meu celular - não havia sinal. E à medida que nossas esperanças diminuíam, alguns de nós escreveram bilhetes para esposas e entes queridos e os colocaram nas carteiras, na esperança de serem encontrados posteriormente.

Eu estava concentrado em notas diferentes quando o vôo teve início. Eu escrevo semanalmente a coluna "On the Road" para a seção de viagem de negócios do "New York Times", publicada às terças-feiras, há sete anos. Mas eu estava no Embraer 600 para um artigo freelance para a revista "Business Jet Travel".

Os demais passageiros incluíam executivos da Embraer e de uma empresa de vôos charter chamada ExcelAire, a nova dona do jato. David Rimmer, o vice-presidente sênior da ExcelAire, me convidou para pegar uma carona para casa no jato que sua empresa tinha acabado de adquirir na sede da Embraer aqui.

E a viagem até então tinha sido boa. Minutos antes da colisão, eu fui até a cabine para conversar com os pilotos, que disseram que o avião estava voando perfeitamente. Eu li o mostrador que apontava nossa altitude: 37 mil pés (11.277 metros).

Então o choque, que também arrancou parte da cauda de nosso avião.

Imediatamente após, não houve muita conversa.

Rimmer, um homem grande, estava debruçado no corredor à minha frente olhando pela janela para a asa danificada.

"Quão ruim ela está?" eu perguntei.

Ele se voltou para mim com olhar firme e disse: "Eu não sei".

Eu vi a linguagem corporal dos dois pilotos. Eles pareciam soldados de infantaria trabalhando em uma situação difícil, como foram treinados a fazer.

Nos 25 minutos seguintes, os pilotos, Joe Lepore e Jan Paladino, analisaram seus instrumentos à procura de um aeroporto. Nada aparecia.

Eles enviaram um pedido de socorro, que foi recebido por uma avião de carga em alguma parte da região. Não houve contato com nenhum outro avião e certamente não com um 737 no mesmo espaço aéreo.

Lepore então avistou uma pista em meio à mata escura.

"Eu consigo ver um aeroporto", ele disse.

Eles tentaram contatar a torre de controle, que era de uma base militar escondida Amazônia adentro. Ele fizeram uma curva acentuada para reduzir a pressão na asa.

Enquanto se aproximavam da pista, eles receberam o primeiro contato do controle de tráfego aéreo.

"Nós não sabíamos qual era a extensão da pista ou se tinha algo nela", disse Paladino posteriormente, naquela noite na base do Cachimbo na floresta.

A descida foi brusca e rápida. Eu assisti os pilotos lutarem com a aeronave porque muitos dos controles automáticos tinham se perdido. Eles conseguiram parar o avião restando ainda um bocado de pista. Nós cambaleamos para a saída.

"Bela pilotagem", eu disse aos pilotos ao passar por eles. Na verdade, eu inseri uma palavra impublicável entre "bela" e "pilotagem".

"Ao seu dispor", disse Paladino com um sorriso nervoso.

Posteriormente naquela noite, eles nos serviram cerveja gelada e comida na base militar. Nós especulamos interminavelmente sobre o que causou o impacto. Um balão meteorológico desgarrado? Um caça militar cujo piloto ejetou? Um avião nas proximidades que explodiu, lançado destroços contra nós?

Seja qual fosse a causa, ficou claro que estivemos envolvidos em uma colisão no ar na qual nenhum de nós devia ter sobrevivido.

Em um momento de humor negro no quartel onde dormiríamos, eu disse: "Talvez a gente esteja realmente morto e isto seja o inferno -revivendo papos furados de faculdade com uma lata de cerveja pela eternidade".

Por volta das 19h30, Dan Bachmann, um executivo da Embraer e o único entre nós que falava português, veio à mesa na sala com notícias do escritório do comandante. Um Boeing 737 com 155 pessoas a bordo tinha desaparecido no local onde fomos atingidos.

Antes daquele momento, nós todos estávamos brincando e rindo do apuro do qual escapamos. Nós éramos os 7 da Amazônia, vivendo agora um tempo precioso que não mais nos pertencia, mas que de alguma forma tínhamos adquirido. Nós nos encontraríamos anualmente para narrar que uso fizemos deste tempo.

Em vez disso, naquele momento nós baixamos nossas cabeças em um longo momento de silêncio, com o som de lágrimas abafadas.

Ambos os pilotos, com extensa experiência em jatos executivos, ficaram abalados com a situação. "Se alguém devia ter caído deveria ter sido nós", ficava repetindo Lepore, 42 anos, de Bay Shore, Nova York.

Paladino, 34 anos, de Westhampton, Nova York, mal conseguia falar. "Eu estou tentando digerir a perda de todas aquelas pessoas. Está realmente começando a doer", ele disse.

Yandle lhe disse: "Vocês são heróis. Vocês salvaram nossas vidas". Eles sorriram de forma abatida. Estava claro que o peso de tudo aquilo permaneceria com eles para sempre.

No dia seguinte, a base estava repleta de autoridades brasileiras investigando o acidente e dirigindo as operações de busca pelo 737, que um oficial me disse que se encontrava em uma área a menos de 160 quilômetros ao sul de onde estávamos, mas cujo acesso só era possível abrindo densa mata à mão.

Nós também tivemos acesso ao nosso avião, que estava sendo estudado minuciosamente pelos inspetores. Ralph Michielli, vice-presidente de manutenção da ExcelAire e um passageiro do vôo, me levou em um elevador para ver o dano na asa perto da winglet partida.

Um painel perto da borda da asa estava separado em mais de 30 centímetros. Manchas escuras perto da fuselagem mostravam que combustível tinha vazado. Partes do estabilizador horizontal na cauda foram esmagadas, um pedaço pequeno estava faltando no elevador esquerdo.

Um inspetor militar brasileiro ao lado me surpreendeu com sua disposição de conversar, apesar das limitações da conversa devido ao seu fraco inglês e meu português inexistente.

Ele especulava sobre o que tinha acontecido, mas foi isto o que ele disse: ambos os aviões estavam, inexplicavelmente, na mesma altitude e no mesmo espaço no céu. Os pilotos do 737 a caminho do sudeste avistaram nosso Legacy 600, que estava voando para noroeste rumo a Manaus, e fizeram uma manobra evasiva frenética. A asa do 737 -se precipitando no espaço entre nossa asa e a cauda alta, nos atingiu duas vezes, e o avião maior mergulhou em sua espiral fatal.

Soava como uma situação impossível, reconheceu o inspetor. "Mas eu acho que foi isto o que aconteceu", ele disse. Apesar de ninguém ainda ter dito ao certo como o acidente ocorreu, três outros oficiais brasileiros me disseram que foram informados que ambos os aviões estavam na mesma altitude.

Por que eu - o passageiro mais próximo do impacto - não ouvi nenhum som, nenhum barulho de um grande 737?

Eu perguntei a Jeirgen Prust, o piloto de teste da Embraer. Isto ocorreu no dia seguinte, quando fomos transferidos da base em uma aeronave militar para a sede da polícia em Cuiabá. Foi lá que as autoridades estabeleceram a jurisdição e onde pilotos e passageiros do Legacy 600, incluindo eu, seríamos interrogados até o amanhecer por um intenso comandante da polícia e seus tradutores.

Prust pegou uma calculadora e digitou, imaginando o tempo disponível para ouvir o barulho de um jato vindo na direção de outro jato, cada um voando a mais de 800 km/h em direções opostas. Ele me mostrou os números. "É bem menos do que uma fração de segundo", ele disse. Ambos olhamos para os pilotos desabados nos sofás do outro lado da sala.

"Eles e aquele avião salvaram nossas vidas", eu disse.

"Segundo meus cálculos", ele concordou.

Eu posteriormente pensei que talvez o piloto do avião comercial brasileiro tenha salvo nossas vidas, devido ao seu reflexo rápido. Pena que seus próprios passageiros não poderiam dizer o mesmo.

Na sede da polícia, nós fomos obrigados a escrever em uma folha de papel nossos nomes, endereços, datas de nascimento, ocupações e escolaridade, além do nome de nossos pais. Também fomos obrigados a passar por um exame com um médico de cabelo comprido, que vestia uma avental que chegava quase à sua canela. Nós fomos obrigados a nos despir até a cintura para fotografias de frente e costas.

Isto, explicou o médico, cujo nome eu não entendi mas que se descreveu como um "médico perito", era para provar que não tínhamos sido torturados.

O humor negro voltou apesar de nossas tentativas de contê-lo.

"Este sujeito é um legista", me explicou Yandle posteriormente, "eu acho que isto significa que nós estamos realmente mortos".

Mas os risos agora desapareceram, ao nos lembrarmos constantemente dos corpos ainda não recuperados na selva, e como suas vidas e as nossas se cruzaram, literal e metaforicamente, por uma terrível fração de segundo.

Dep. Federais mais votados em São Paulo

HA HA HA HA HA HA HA HA !!!

Os quatro deputados federais mais votados de SP, foram Maluf, Russomano, Clodovil e Enéas.

(Parênteses para o Enéas, que não poderia em qualquer classificação ficar num grupo desses)

Definitivamente: "A voz do povo é a voz de Deus."

Já dizia Barrabás.

--------------------Editado em 7 de outubro---------------------------

Deputados mais votados no país:
Paulo Maluf, Ciro Gomes, Celso Russomanno, Clodovil e ACM Neto

Fonte:
http://eleicoes.uol.com.br/2006/ultnot/2006/10/03/ult3749u916.jhtm

Vídeo com reportagem da Globo:
Vídeo no YouTube